
Policiais matam policial no São Cristovão
O Cabo Sodré foi morto com dois tiros após fugir de uma blitz segundo os PMs que dispararam. A família da vítima contesta versão relatada pelos policiais.
Camilla Andrade
  Muitas controvérsias envolvem o caso do policial assassinado Paulino José da  Silva Sodré, 43 anos, o cabo Sodré. O policial foi morto por policiais militares  identificados apenas como do Grupo de Operações Especiais (GOE) no bairro do São  Cristovão na madrugada deste sábado (29). Ele teria sido alvejado com dois  tiros, um deles na nuca que levou o policial a óbito. Informações preliminares  dão conta de que Sodré teria fugido de uma blitz.
A suposta  perseguição
O corpo do policial deu entrada no IML por volta das  7h50, procedente do Socorrão II. Até o momento, a informação uma viatura do  Grupo de Operações Especiais (GOE), contendo três policiais teriam realizado uma  suposta perseguição ao veículo de Paulino José da Silva Sodré, um gol preto, no  bairro do São Cristovão próximo ao Terminal da Integração onde ele foi alvejado  a tiros e morto no local já na madrugada deste sábado (29). Os documentos da  vítima foram deixadas na delegacia da Cidade Operária (Decop), onde foi  realizado um Boletim de Ocorrências.
O corpo do policial foi liberado  pelo Instituto Médico Legal por volta das 11hs deste sábado (29). Parentes,  amigos e familiares se deslocaram para o município de Urbano Santos, a 260 km da  capital, ainda nesta tarde onde será realizado o velório e o enterro para se  despedirem e prestarem as últimas homenagens ao cabo. O velório está previsto  para ser realizado até as 16hs deste domingo (30) no município.
O coronel  do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), Jefferson Teles, informou que os  policiais acusados da prática do crime se apresentaram e estariam no quartel do  comando geral por uma medida de cautela. As informações mais precisas do caso  serão reveladas nesta segunda-feira (31) na Secretária de Segurança Pública  (SSP) pelo secretário de segurança Aluísio Guimarães.
Revolta da  Família
A irmã da vítima que aceitou falar com a equipe de  reportagem de O IMPARCIAL ONLINE informou que a família do policial quer justiça  e deseja informações mais concretas e precisas acerca da morte misteriosa de seu  irmão.
Segundo Dulcivânia Sodré, 33 anos, ela só foi avisada pelo seu  sobrinho por volta das 4hs da madrugada do óbito. Sendo que Paulino Sodré teria  falecido por volta das 11hs da noite de sexta. E ainda que o corpo da vítima foi  levado para o hospital Clementino Moura, Socorrão II, e estava na pedra do  necrotério como corpo não identificado. O que não era legal já que todos os  documentos pessoais da vítima estavam no carro. Ela também rebate as acusações  dos policiais envolvidos no caso de que seu irmão teria efetuado uma troca de  tiros com os policiais. “Meu irmão não pegou em arma para atirar. A arma dele  ainda estava embaixo do banco do carro!”, indaga e afirma: “Atiraram para matar!  Os próprios médicos do IML estavam sussurrando que o tiro foi bem de perto, a  queima roupa”, suscitou.
Alguns locutores em rádios da capital também  alegaram uma versão para o caso. Segundo os veículos, o policial estaria  trajando uma calcinha vermelha, fato negado pela irmã da vítima. “Ele estava com  uma camisa e uma bermuda masculinas. O que nos chamou a atenção foi que a  bermuda estava abaixo de sua cintura e a camisa na metade do tórax, como se  alguém o tivesse vestido novamente, isso poderia se caracterizar como uma  alteração na cena do crime”, afirma.
A perícia  
O médico indentificado como Fábio do IML que estava de plantão,  confirmou que o corpo da vítima ao chegar ao instituto estava com uma camisa  listrada e uma bermuda, assim como um tiro no meio da cabeça.
A  cena do crime
O carro um gol preto de placas LCN 9466 utilizado  pela vítima, após a perícia técnica, ainda estava localizado no prédio do IML. A  porta direita do veículo lado do passageiro ainda pingava sangue, uma poça  estava próxima a roda dianteira. No banco de trás uma camisa branca da polícia  militar. O vidro do passageiro ainda está banhado de sangue, os vidros traseiros  foram quebrados a disparos de tiros, um deles no porta mala. Uma chinela branca  também ainda estava no interior do veículo próximo aos pedais além de uma batida  na parte traseira do veículo.
Comando da Polícia  Militar
Em nota, o Comando da Polícia Militar do Maranhão  esclarece que somente se manifestará após a expedição de laudos técnicos a serem  emitidos pelo Instituto de Criminalística (ICRIM) e Instituto Médico Legal (IML)  do Estado do Maranhão, evitando, porquanto, informações controversas e  prematuras. 
 
 









 Acusados presos pela PM
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